terça-feira, 18 de setembro de 2007

Podem me chamar de fresca, metida, besta, o que for, mas confesso:abomino andar de ônibus.


Abomino o barulho enorme que todos fazem, abomino as freadas, aceleradas no vazio(são mestre nisto, todos.Deve fazer parte do processo seletivo...), arrancadas.


Abomino o toque para descidas que, a mim, parece soar a cada vez que eles mal arrancam dos pontos.E repetidas vezes!


Abomino a sujeira reinante em sua quase totalidade.E, pior de tudo, para minha vergonha, abomino ter que dividir meu espaço nos ditos cujos com as pessoas.


E, como tudo que eu descrevi aí em cima , não é feito sozinho, chega-se à conclusão que eu, abomino mesmo é gente, e com isso, o fato de um ônibus ser um transporte coletivo.


De massa, como dizem.


Infelizmente, como sou uma fudida, não tenho outro modo de me deslocar a não ser usar os mesmos quase diariamente.E o quase aí, é uma verdadeira felicidade!


Assim também como o é, o fato de eu quase sempre pegar ônibus em pontos finais, ou perto deles, o que me permite sentar confortavelmente na minha janelinha voltada para o mar e me preparar para deixar meus pensamentos seguirem sua correria desabalada rumo a lugares estranhíssimos e absurdos.


É, faço isso pacas, o tempo todo aliás!Penso um monte em ônibus e quase sempre, num determinado momento, me pergunto, surpresa, como diabos meus pensamentos foram parar ali...

Mas isso é outra história.

Então, tudo isto posto, imaginem só a minha irritação com qualquer pessoa que ouse atrapalhar estes meus momentos!O que, convenhamos, num ônibus, é impossível não acontecer.Tem sempre pelo menos um chato barulhento.

Se a criatura senta perto de mim já é uma merda, imaginem então se faz a besteira insuspeitada de sentar ao meu lado!!

O infeliz é fulminado em pensamentos nefastos e olhares de esguelha.

Se, para piorar é daqueles que ficam se mexendo, fazem barulhos, falam o tempo todo ao celular (tem os que falam sozinhos, mas aí eu arrumo um jeito de mudar de canto.Foda-se a janelinha!) ou compram - e comem - as guloseimas vendidas por aqueles chatos com seu discurso monocórdio, chego a ter contrações involuntárias na musculatura, controlando meus impulsos de socar a pobre criatura.

E tem as pessoas espaçosas, que me tocam!Sou daquelas pessoas que precisam de, no mínimo, uns 50 cm de distância de qualquer corpo não desejado, façam então idéia do tormento que é sentar com uma pessoa desconhecida encostando em seu braço!Me tocando!

Nesta hora sou capaz de um contorcionismo interno que, juro, me faz encolher!

E tem o momento da descida do ônibus...

Porque, se os pego em pontos finais, nem sempre desço neles.Muitas vezes tenho que me espremer entre pessoas para poder descer no ponto em que quero.E, nestas ocasiões, o ônibus invariavelmente está cheio.

O alívio que sinto ao pisar na calçada é orgástico!

Definitivamente, apesar de todos os riscos que advenham de se ter um carro, de dirigir, eu tenho, preciso, necessito, quero ter um carro de novo.

Por mais que me venham a fazer falta o poder olhar despreocupada o mar pelas janelinhas, analisar os tipos esquisitissimos, fazer minhas loucas viagens mentais, me surpreender com os links doidos que faço.
Afinal, sempre poderei contar com os engarrafamentos!

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