segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Talvez seja impossível se transformar vinho bom em água...mas como é fácil torna-lo em vinagre.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Hoje é dia de escarafunchar o cérebro.
Pena que isso não o faça funcionar de forma mais de acordo com a normalidade das pessoas.
Mas, no fim das contas, eu não queria mesmo ser assim, "normal"....no sentido de comum sabe?
Foi bem duro, bem complicado passar quase a totalidade de minha vida, sendo a "maluca" sem entender o porque disto, da diferença.
Era tão difícil me sentir assim, fora do contexto...saber que eu era olhada com estranheza, que eu era A diferente!
Porque isso?eu pensava...porque me sinto tão fora dos parametros que as pessoas querem?Porque me sinto tão deslocada deste ambiente familiar tão certinho, destes irmãos que dão certo, que não questionam nada?
Porque minhas viagens mentais soavam maluquices para minha mãe, minha irmã, minha tia?
Achei durante muito tempo, e até hoje acho, que só minha avó me entendia, ela que foi também tão fora dos padrões da época dela.
E sabia que meu pai, apesar de não me entender muito, me aceitava e compreendia...mas não sei se ele me aceitaria totalmente hoje.
Mas enfim, acabei sabendo os porquês.
Certo não fez grande diferença no meio familiar. continuo sendo a maluca de plantão.
Na verdade, acho que já perdi o posto.
Mas pelo menos agora eu entendo tantas coisas de mim...o que não quer dizer que as aceite 100%.
Mas pelo menos sei que toda minha falta de conformidade, toda minha ânsia de liberdade, toda minha imaginação ensandecida, tem um motivo que não é loucura, maluquice...sou apenas eu.
Diferente de minha irmão, irmão, mão, pai, tia...se é um gene a mais ou a menos não sei, nem me interessa.
Só me interessa que, graças às minhas deusas, escapei de ser comum.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Tem muito tempo que li, sei lá onde, que nunca, nunca, se devia ir dormir sem resolver a briga com seu parceiro, sem esclarecer as coisas, sem acabar com o problema.
eu acreditei nisto por anos, até uma relação vir me fazer crer que não era por aí, que não era importante.E me encher tanto de mágoas e dor que eu passava as noites acordada, me perguntando se valia mesmo a pena a gente se preocupar com um detalhe como este.
E decidi que não. Que não valia a pena.
Não fui suficientemente inteligente, perspicaz, ou sei lá o que, para perceber que o que não valia era a relação
Mas um dia você veio.
Sem eu esperar, sem eu contar.
Você veio do nada, me pegou desprevenida, me envolveu, me apaixonou.Me amou e foi amada.
E um belo dia eu comecei a acreditar novamente na importância de não deixar de dizer o amor.
Que não bastava a pessoa saber.
Ok, você sabe que eu amo você...mas é necessário mesmo falar.
E a gente brigava, e eu ficava puta, mas no que eu achava um momento de tragicidade de minha mente insana, eu pensava: E se algo acontecer?E se aquele carro vier mais rápido que eu penso? E se esta dor de cabeça explodir minhas veias? E se eu não te ver mais?
E, invariavelmente eu lembrava de um gesto, qualquer gesto seu.Seu sorriso de lado, seu bico, seu abraço apertado em mim, suas mãos me protegendo no meio do bloco.
E eu te sentia com uma intensidade de tal ternura que não resistia, e mesmo ainda com um resto da raiva da briga, estando certa ou errada, eu me inundava e te ligava pra dizer qualquer coisa que te fizesse ter a certeza absoluta do quanto eu te amava, do quanto você era (é)importante para mim
E, sem perceber, eu estava colocando em prática o que li, e acreditei, há tanto tempo.
Não se deve nunca, nunca deixar nada, brigas, rotina, trabalho, cansaço, impedir a gente de dizer o quanto ama. Nem que seja um pequeno toque diário.
Uma ligação no meio do dia só pra reafirmar o amor.
E é isso que eu vim e venho tentando fazer...por vontade, por instinto.
E que nunca, mas nunca mais deixarei de fazer.
Podem rolar os furacões, soprar as tempestades que forem.
Você sempre terá, de algum modo, a minha mensagem pra você.
Eu te amo.
Muito.
E não vou permitir que nada me impeça de te dizer isso ao menos uma vez ao dia.
bjbj

PS:Sim.Eu também chorei, e mais do que nunca, apesar de ser um simples programa de TV, pensei, e acredito, no quanto pode ser importante dizer que se ama a quem se ama.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Hoje minha esperança é poder escrever algo aqui.
Escrever qualquer coisa que me faça esquecer os minutos que não passam, o tempo que não anda e me tira desta prisão.
Que me faça esquecer o estar longe de você, te sabendo aí, deitada, relaxada, preguiçosa...
E fico imaginando o quanto eu poderia fazer com você hoje.Em como eu poderia aproveitar este dia gostoso do seu lado, saindo pra caçar vacas, andando, pegando sol - ou fazendo fotossíntese, como você diz - dando um pulo no Jardim Botânico ou no arpoador, que eu estou com tanta saudade disso!
E de tantas outras coisas que a gente poderia fazer juntinhas, quietinhas, ou nem tanto.
Porque o que me importaria mesmo seria poder ficar o dia inteirinho com você. Aproveitar cada momentinho e ver a coisa toda virar do avesso, porque aí então, aí o tempo ia voar...
É uma droga esta constatação óbvia da relatividade, de como o tempo nos parece uma tartaruga lenta quando estamos longe de quem queremos, quando estamos fazendo uma coisa tão chata, ou tão contra nossa vontade, e, quando tudo é festa, tudo é bom, como ele passa correndo por nós.
Fico te imaginando aí, brincando de ser criança, vendo desenhos, deitada nos burrinhos e gostaria tanto, mas tanto de estar deitada ao seu lado, juntinho de você, pernas enroladas, abraçadas...não sei se o filme ia fazer muito sentido, mas acho que não faria mal, afinal você já o viu antes mesmo...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Tem dias em que eu gostaria de poder desatarrachar a parte de cima da minha cabeça e tirar o cérebro pra dar uma arejada.
Acho que seria bom pra ele pegar um ar, ver as coisas que estão aqui fora, ter um distanciamento das coisas, sabe?
Hoje é um dia destes.
Ele está aqui meio inchado pro tamanho da minha caixa craniana.
Não dói. apenas é incomodo, chato.
E ele lá dentro assim meio preso, fica como um ratinho numa jaulinha...corre de um lado pra outro, não encontra saída, não chega a lugar algum.
e tem sempre alguma coisa de fora pra deixa-lo mais apavorado ainda...sempre.
Queria muito fazer isso.Deixar o bichinho solto por um dia ou dois inteiros e depois colocar de novo.
Mas periga dele se revoltar e não querer nunca mais ficar aqui dentro.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Creio que só agora expiro os últimos ares de Maromba que consegui conter em meus pulmões. Fiquei estes dias todos meio que expirando de mansinho, me recusando a deixar escapar de lá de dentro todo o ar e a paz que ele me traz.
É lá que vivo em meus sonhos, mais que em viagens alucinantes, em delírios de grandeza, ou voltas a um passado de outras eras.
É lá que encontrei meu espaço de paz, de sossego.
Quero acordar ouvindo aquele rios quebrando nas pedras todo dia, quero sentir o fresco da manhã, a mata toda molhada da noite úmida.
Quero ir andando até alguma cachoeira e mergulhar naquelas águas geladas de doer até meu corpo se acostumar com isso...mais, até que ele peça por isso.
Andar nas tardes serenas, ir descobrindo cada canto que ainda não sei, saber as trilhas, as árvores, as pedras.
Desenhar até chegar à perfeição das curvas do rio, trabalhar em peças paridas do barro sem me importar nem um pouco se elas vão vender ou não. Me importar apenas que me agradem ao olhar e toque.
Desenhar as curvas do teu corpo de todas as formas que conheço.
No carvão, no grafite, no terrível óleo. No meu barro, meu amor.
Maromba é minha casa, meu recanto de alma.
E teu também.
Quero fazer daquela estrada de pedrinhas, que você num momento visualizou perfeita e em outro te intimidou, tão conhecida, tão sabida por nós, que poderemos andar por ela a que horas for sem temer nada.
Teremos o caminho diante de nossos olhos cegos. Teremos talvez apenas o luar para nos acompanhar.
E por falar nele, quero mergulhar na piscina das cachoeiras à sua luz.
quebrar em mil pedaços o reflexo dela na água, para eu me sentir engolfada, finalmente, por ela. Para que eu possa finalmente me sentir unida a ela.
Quero te amar na noite ao ar livre, no meio do dia, no rio. E de vez em quando em nossa cama.
Quero ir para Maromba de vez.
Com você.
Lá encontrei minha alma.
Lá eu encontrei minha paz.
Deixa eu prender mais um pouquinho minha respiração e ficar com mais um pouco do cheiro fresco de lá por dentro de mim.
As imagens, estas ninguém me tira. Só preciso fechar os olhos...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Não sei o que é mais complicado.
Conviver com uma frustração incubada, desejando o tempo todo correr louca rumo ao que quero, ou ansiar, quase ao ponto do enjôo, quando vislumbro a possibilidade.
Segurar a imaginação é foda...neste momento, já estou de férias no Caribe!
Podem me chamar de fresca, metida, besta, o que for, mas confesso:abomino andar de ônibus.


Abomino o barulho enorme que todos fazem, abomino as freadas, aceleradas no vazio(são mestre nisto, todos.Deve fazer parte do processo seletivo...), arrancadas.


Abomino o toque para descidas que, a mim, parece soar a cada vez que eles mal arrancam dos pontos.E repetidas vezes!


Abomino a sujeira reinante em sua quase totalidade.E, pior de tudo, para minha vergonha, abomino ter que dividir meu espaço nos ditos cujos com as pessoas.


E, como tudo que eu descrevi aí em cima , não é feito sozinho, chega-se à conclusão que eu, abomino mesmo é gente, e com isso, o fato de um ônibus ser um transporte coletivo.


De massa, como dizem.


Infelizmente, como sou uma fudida, não tenho outro modo de me deslocar a não ser usar os mesmos quase diariamente.E o quase aí, é uma verdadeira felicidade!


Assim também como o é, o fato de eu quase sempre pegar ônibus em pontos finais, ou perto deles, o que me permite sentar confortavelmente na minha janelinha voltada para o mar e me preparar para deixar meus pensamentos seguirem sua correria desabalada rumo a lugares estranhíssimos e absurdos.


É, faço isso pacas, o tempo todo aliás!Penso um monte em ônibus e quase sempre, num determinado momento, me pergunto, surpresa, como diabos meus pensamentos foram parar ali...

Mas isso é outra história.

Então, tudo isto posto, imaginem só a minha irritação com qualquer pessoa que ouse atrapalhar estes meus momentos!O que, convenhamos, num ônibus, é impossível não acontecer.Tem sempre pelo menos um chato barulhento.

Se a criatura senta perto de mim já é uma merda, imaginem então se faz a besteira insuspeitada de sentar ao meu lado!!

O infeliz é fulminado em pensamentos nefastos e olhares de esguelha.

Se, para piorar é daqueles que ficam se mexendo, fazem barulhos, falam o tempo todo ao celular (tem os que falam sozinhos, mas aí eu arrumo um jeito de mudar de canto.Foda-se a janelinha!) ou compram - e comem - as guloseimas vendidas por aqueles chatos com seu discurso monocórdio, chego a ter contrações involuntárias na musculatura, controlando meus impulsos de socar a pobre criatura.

E tem as pessoas espaçosas, que me tocam!Sou daquelas pessoas que precisam de, no mínimo, uns 50 cm de distância de qualquer corpo não desejado, façam então idéia do tormento que é sentar com uma pessoa desconhecida encostando em seu braço!Me tocando!

Nesta hora sou capaz de um contorcionismo interno que, juro, me faz encolher!

E tem o momento da descida do ônibus...

Porque, se os pego em pontos finais, nem sempre desço neles.Muitas vezes tenho que me espremer entre pessoas para poder descer no ponto em que quero.E, nestas ocasiões, o ônibus invariavelmente está cheio.

O alívio que sinto ao pisar na calçada é orgástico!

Definitivamente, apesar de todos os riscos que advenham de se ter um carro, de dirigir, eu tenho, preciso, necessito, quero ter um carro de novo.

Por mais que me venham a fazer falta o poder olhar despreocupada o mar pelas janelinhas, analisar os tipos esquisitissimos, fazer minhas loucas viagens mentais, me surpreender com os links doidos que faço.
Afinal, sempre poderei contar com os engarrafamentos!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Começando...

Pois é...sempre tive vontade de fazer um blog.
Afinal escrever sempre foi uma da minhas atividades favoritas, lavava minha alma, exorcizava meus demônios, deixava minha imaginação louca fluir.
Sempre fui muito de escrever no papel, cadernos, sabe?
Não diário...apesar desta praga ser definitivamente de minha época escolar, eu nunca fui de ter diário. A possibilidade de alguma pessoa, qualquer pessoa, pegar o bicho e ver minha alma ali registrada, preto no branco, sempre me intimidou.
O que já torna por si só a existência deste blog um contrasenso.
Afinal, algo postado na internet é bem mais acessível que um caderno de notas.
Mas tem aquela coisa...eu vivia perdendo o que escrevia em qualquer pedaço de papel, qualquer caderno, folha de agenda, guardanapo de bar.
Com este aqui, posso colocar tudo num lugar só.
Quando me lembrar onde escrevi o original, claro.
Também acho que já ficou óbvio que não vou ficar deixando meus pensamentos mais íntimos por aqui.
Só quero dar vazão às coisas que me passam na mente, e também às que vejo aí por fora.
E, quem sabe, colocar um pouco de ordem nestas malditas sinapses que mal me deixam tempo para pensar!