sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Hoje é dia de escarafunchar o cérebro.
Pena que isso não o faça funcionar de forma mais de acordo com a normalidade das pessoas.
Mas, no fim das contas, eu não queria mesmo ser assim, "normal"....no sentido de comum sabe?
Foi bem duro, bem complicado passar quase a totalidade de minha vida, sendo a "maluca" sem entender o porque disto, da diferença.
Era tão difícil me sentir assim, fora do contexto...saber que eu era olhada com estranheza, que eu era A diferente!
Porque isso?eu pensava...porque me sinto tão fora dos parametros que as pessoas querem?Porque me sinto tão deslocada deste ambiente familiar tão certinho, destes irmãos que dão certo, que não questionam nada?
Porque minhas viagens mentais soavam maluquices para minha mãe, minha irmã, minha tia?
Achei durante muito tempo, e até hoje acho, que só minha avó me entendia, ela que foi também tão fora dos padrões da época dela.
E sabia que meu pai, apesar de não me entender muito, me aceitava e compreendia...mas não sei se ele me aceitaria totalmente hoje.
Mas enfim, acabei sabendo os porquês.
Certo não fez grande diferença no meio familiar. continuo sendo a maluca de plantão.
Na verdade, acho que já perdi o posto.
Mas pelo menos agora eu entendo tantas coisas de mim...o que não quer dizer que as aceite 100%.
Mas pelo menos sei que toda minha falta de conformidade, toda minha ânsia de liberdade, toda minha imaginação ensandecida, tem um motivo que não é loucura, maluquice...sou apenas eu.
Diferente de minha irmão, irmão, mão, pai, tia...se é um gene a mais ou a menos não sei, nem me interessa.
Só me interessa que, graças às minhas deusas, escapei de ser comum.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Tem muito tempo que li, sei lá onde, que nunca, nunca, se devia ir dormir sem resolver a briga com seu parceiro, sem esclarecer as coisas, sem acabar com o problema.
eu acreditei nisto por anos, até uma relação vir me fazer crer que não era por aí, que não era importante.E me encher tanto de mágoas e dor que eu passava as noites acordada, me perguntando se valia mesmo a pena a gente se preocupar com um detalhe como este.
E decidi que não. Que não valia a pena.
Não fui suficientemente inteligente, perspicaz, ou sei lá o que, para perceber que o que não valia era a relação
Mas um dia você veio.
Sem eu esperar, sem eu contar.
Você veio do nada, me pegou desprevenida, me envolveu, me apaixonou.Me amou e foi amada.
E um belo dia eu comecei a acreditar novamente na importância de não deixar de dizer o amor.
Que não bastava a pessoa saber.
Ok, você sabe que eu amo você...mas é necessário mesmo falar.
E a gente brigava, e eu ficava puta, mas no que eu achava um momento de tragicidade de minha mente insana, eu pensava: E se algo acontecer?E se aquele carro vier mais rápido que eu penso? E se esta dor de cabeça explodir minhas veias? E se eu não te ver mais?
E, invariavelmente eu lembrava de um gesto, qualquer gesto seu.Seu sorriso de lado, seu bico, seu abraço apertado em mim, suas mãos me protegendo no meio do bloco.
E eu te sentia com uma intensidade de tal ternura que não resistia, e mesmo ainda com um resto da raiva da briga, estando certa ou errada, eu me inundava e te ligava pra dizer qualquer coisa que te fizesse ter a certeza absoluta do quanto eu te amava, do quanto você era (é)importante para mim
E, sem perceber, eu estava colocando em prática o que li, e acreditei, há tanto tempo.
Não se deve nunca, nunca deixar nada, brigas, rotina, trabalho, cansaço, impedir a gente de dizer o quanto ama. Nem que seja um pequeno toque diário.
Uma ligação no meio do dia só pra reafirmar o amor.
E é isso que eu vim e venho tentando fazer...por vontade, por instinto.
E que nunca, mas nunca mais deixarei de fazer.
Podem rolar os furacões, soprar as tempestades que forem.
Você sempre terá, de algum modo, a minha mensagem pra você.
Eu te amo.
Muito.
E não vou permitir que nada me impeça de te dizer isso ao menos uma vez ao dia.
bjbj

PS:Sim.Eu também chorei, e mais do que nunca, apesar de ser um simples programa de TV, pensei, e acredito, no quanto pode ser importante dizer que se ama a quem se ama.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Hoje minha esperança é poder escrever algo aqui.
Escrever qualquer coisa que me faça esquecer os minutos que não passam, o tempo que não anda e me tira desta prisão.
Que me faça esquecer o estar longe de você, te sabendo aí, deitada, relaxada, preguiçosa...
E fico imaginando o quanto eu poderia fazer com você hoje.Em como eu poderia aproveitar este dia gostoso do seu lado, saindo pra caçar vacas, andando, pegando sol - ou fazendo fotossíntese, como você diz - dando um pulo no Jardim Botânico ou no arpoador, que eu estou com tanta saudade disso!
E de tantas outras coisas que a gente poderia fazer juntinhas, quietinhas, ou nem tanto.
Porque o que me importaria mesmo seria poder ficar o dia inteirinho com você. Aproveitar cada momentinho e ver a coisa toda virar do avesso, porque aí então, aí o tempo ia voar...
É uma droga esta constatação óbvia da relatividade, de como o tempo nos parece uma tartaruga lenta quando estamos longe de quem queremos, quando estamos fazendo uma coisa tão chata, ou tão contra nossa vontade, e, quando tudo é festa, tudo é bom, como ele passa correndo por nós.
Fico te imaginando aí, brincando de ser criança, vendo desenhos, deitada nos burrinhos e gostaria tanto, mas tanto de estar deitada ao seu lado, juntinho de você, pernas enroladas, abraçadas...não sei se o filme ia fazer muito sentido, mas acho que não faria mal, afinal você já o viu antes mesmo...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Tem dias em que eu gostaria de poder desatarrachar a parte de cima da minha cabeça e tirar o cérebro pra dar uma arejada.
Acho que seria bom pra ele pegar um ar, ver as coisas que estão aqui fora, ter um distanciamento das coisas, sabe?
Hoje é um dia destes.
Ele está aqui meio inchado pro tamanho da minha caixa craniana.
Não dói. apenas é incomodo, chato.
E ele lá dentro assim meio preso, fica como um ratinho numa jaulinha...corre de um lado pra outro, não encontra saída, não chega a lugar algum.
e tem sempre alguma coisa de fora pra deixa-lo mais apavorado ainda...sempre.
Queria muito fazer isso.Deixar o bichinho solto por um dia ou dois inteiros e depois colocar de novo.
Mas periga dele se revoltar e não querer nunca mais ficar aqui dentro.